Precisei de 40 anos, para falar abertamente sobre isto
- essencia almente
- há 15 horas
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Desde muito cedo, vivi entre dois mundos.
Enquanto os outros viam o que estava diante dos olhos, eu via o que se movia por detrás.
Presenças, luzes, vozes, seres que só em sonhos seriam possíveis de explicar — faziam parte do meu quotidiano.
Mas, para o mundo à minha volta, tudo isso era “impossível”, “estranho”, “imaginação”.
Crescer assim foi viver entre o normal e o paranormal.
De um lado, uma miúda que queria apenas encaixar-se, ter uma vida comum.
Do outro, alguém que sentia — com o corpo e com a alma — realidades que ninguém parecia compreender.
Essa dualidade marcou a minha infância e guiou toda a minha busca.
Eu precisava entender o que me acontecia, dar nome ao invisível, traduzir o mistério.
E foi assim que começou a minha viagem pelo conhecimento:
primeiro pela Arquitetura, onde aprendi sobre forma, estrutura e harmonia;
depois pelo corpo e o movimento, através do exercício físico e do estudo da biomecânica;
mais tarde pelas terapias e medicinas complementares, onde percebi que o corpo fala a linguagem da energia;
até que finalmente cheguei à Psicanálise, e encontrei um mapa para o inconsciente — esse outro mundo que também é invisível, mas humano.
No entanto, algo em mim continuava a procurar uma ponte entre tudo isso.
Eu sabia que o invisível que via e o inconsciente que estudava faziam parte do mesmo campo — apenas se expressavam de modos diferentes.
Foi então que compreendi que o meu caminho não era escolher entre ciência e espiritualidade,
mas uni-las.
A Psicanálise deu-me a palavra;
a Dimensão Quântica deu-me o espaço;
a vida deu-me a experiência.
Hoje, o meu trabalho é o resultado desse longo percurso — feito de perguntas, de lutas internas e de reconciliações.
É o encontro entre a mente que quer entender e a alma que já sabe.
Porque acredito que o verdadeiro conhecimento nasce quando deixamos de negar o invisível,
e começamos a escutá-lo com a mesma atenção com que escutamos o corpo e a mente.
No fundo, este é o caminho que sempre me escolheu:
transformar o inexplicável em compreensão,
e ajudar as pessoas a lembrarem-se de que o invisível também faz parte da vida.
Acredito que a minha missão é ser ponte entre mundos,
traduzindo os segredos da alma em linguagem humana.





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